A população
brasileira, mais precisamente a da capital paulista, tem um aliado
importante para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes:
a acupuntura. Disponível para os cidadãos atendidos pelo Sistema Único
de Saúde, os tratamentos são oferecidos em vários pontos da cidade,
incluindo o Ambulatório de Acupuntura e Pediatria e Adolescência do
setor de Acupuntura da UNIFESP, um dos principais centros de referência
no assunto, que atende de 15 a 20 pacientes por semana, desde
recém-nascidos até adolescentes.
O atendimento no Ambulatório é dividido em duas frentes. Tratamento
de doenças, em que são recebidos pacientes com as mais diversas
moléstias, como asma, cefaleia, reumatológicas, dores no sistema
músculo-esquelético, hiperatividade, entre outras. A outra frente do
trabalho e que ainda é pouco difundida é a puericultura com a
Acupuntura, trabalhando na prevenção, para não deixar que a criança
saudável adoeça. Nesse caso, procura-se resgatar o papel do médico como
um preventivo, tentando mudar a cultura de procurar o médico só quando
se está doente.
A acupuntura não enxerga apenas a doença, considera-se a criança como
um ser completo, atuando no sintoma direto e nos indiretos. Dessa
forma, melhora o comportamento, o emocional, e com isso muitas vezes
diminui a incidência de crises crônicas de determinadas doenças. "A
Acupuntura trata os males emocionais também como uma doença, por isso
tratamos o indivíduo como um todo, incluindo o ambiente em que ele vive e
os fatores sociais e comportamentais da família, de maneira
preventiva", explica Dra. Márcia Yamamura, membro do Colégio Médico de
Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAESP) e responsável pelo
Ambulatório da UNIFESP.
Durante o atendimento, todos esses fatores (psíquicos, emocionais,
sociais e ambientais) são observados e fazem parte da anamnese. São
identificados, então, os possíveis fatores do adoecimento segundo os
preceitos da Acupuntura. Daí decide-se pelo tratamento mais indicado:
aplicação de agulhas, uso de auriculoterapia, além das mudanças em
hábitos alimentares, alterações na rotina da criança, focono emocional,
etc.
O papel da mãe também é trabalhado e resgatado, procura-se
restabelecer o vínculo mãe-filho. "O atendimento pediátrico não pode
olhar só a criança tem de olhar o binômio mãe e filho e o universo
familiar em que ela está inserida. A gente percebe que também precisa
tratar a mãe, então aqui no Ambulatório, acabamos por tratar os dois",
detalha Dra. Márcia.
A mãe sai da consulta com orientações no
âmbito alimentar, hábitos de vida, comportamentais e até com noções para
massagear determinados pontos (de acupuntura) da criança, auxiliando no
tratamento de forma direta.
O ambulatório recebe também pacientes encaminhados por outras áreas
além da pediatria, como reumatologia, neurologia, ortopedia e oncologia.
No caso da oncologia pediátrica, a acupuntura auxilia bastante nos
efeitos da quimioterapia e na diminuição da dor, melhorando a qualidade
de vida desses pequenos pacientes.
"A acupuntura nos permite tratar a criança preventivamente e dentro
do universo em que ela vive. Acreditamos que crianças saudáveis serão
indivíduos saudáveis, e esse recurso está disponível para toda a
população, aqui no Ambulatório ou nos diversos pontos de atendimento
oferecidos pelo SUS", finaliza Dra. Márcia.
Fonte: www.segs.com.br