Na medicina chinesa a cronicidade da
sinusite deve-se à falta de mudanças nos hábitos alimentares e à
exposição a fatores climáticos
A sinusite
caracteriza-se por um quadro inflamatório dos seios paranasais. Os seios
paranasais são cavidades mucosas alinhadas no crânio que se comunicam
com as fossas nasais. Como se tratam de mucosas, existe a possibilidade
de alterações na viscosidade das secreções causando acúmulos,
dificuldade para respirar, febre, dor de cabeça e desconforto nos olhos.
A dor é predominante nos seios frontal e maxilar.
A medicina chinesa classifica os fatores causais da sinusite em
internos externos. Os fatores internos correspondem a desregramentos
alimentares, desequilíbrios energéticos orgânico-viscerais, acúmulo de
umidade e fleuma no organismo. Os fatores externos são de origem
climática e seriam os causadores de quadros agudos.
Na prática a situação mais comum é a associação de fatores internos e
externos, ou seja, um desequilíbrio interno normalmente associado a
algum fator latente como calor, umidade, fleuma, combinado com fatores
de origem externa.
Invasões repetidas de fatores externos, como vento associado ao calor
ou frio, prejudicam a difusão do Qi (sopro, energia) dos pulmões nas
vias nasais, provocando a estagnação e alteração na viscosidade dos
fluidos, gerando mucosidade e calor que irá manifestar-se através de
secreção amarelada e purulenta.
Pela perspectiva alopática, as infecções provenientes de resfriados
comuns ou gripes causam infecções secundárias nos seios paranasais. Por
uma questão anatômica, essas infecções tendem a tornarem-se crônicas. A
medicina chinesa considera que a cronicidade deve-se à falta de mudanças
significativas nos hábitos alimentares e à exposição a fatores
climáticos sem a devida proteção.
A justaposição de fatores de mesma natureza desencadeia e
potencializa a sinusite. Dessa forma, uma pessoa que abriga condições
latentes de umidade e calor irá piorar em dias quentes e úmidos. Aqueles
que possuírem condições latentes de calor e deficiência de fluídos
orgânicos, irão piorar em dias quentes e secos. Pessoas com umidade e
deficiência de calor corporal irão piorar em dias frios e úmidos. Como
dizia Claude Bernard: "O patógeno não é nada, o terreno é tudo!".
A medicina chinesa considera que a umidade interna é gerada pelo
consumo abusivo de doces, leite e derivados, frituras e alimentos
pastosos. Assim, a primeira estratégia para a cura é remover os fatores
alimentares que são o alicerce dessa condição e incluir alimentos e
fitoterápicos que auxiliem a reorganizar a funcionalidade orgânica.
A sabedoria da medicina chinesa reside na regulação dos fatores que
servem de alicerce para as enfermidades. Eliminando os fatores causais
internos e protegendo adequadamente o exterior, geramos homeostase.
A acupuntura é uma excelente aliada para mover as estagnações,
eliminar fatores patógenos exteriores e melhorar as funções
respiratórias desobstruindo as vias respiratórias. A fitoterapia é uma
abordagem eficaz para tratar as condições internas.
Para pessoas com quadro de sinusite aguda, com febre, cefaleia,
irritações oculares acompanhado de expectoração amarelada são indicadas
decocções de ervas que eliminam o calor como flores de crisântemo,
folhas de amoreira branca, raiz de mata-pasto, hortelã pimenta e
cavalinha.
Nessas condições, pode-se tomar pela manhã um copo de suco de laranja
com cenoura e gengibre fresco, uma bebida de natureza refrescante e que
produz uma melhora no funcionamento do baço, fígado e rins.
Em quadros de sinusite crônica com sinais de frio como secreção
esbranquiçada, frio nas extremidades, necessidade de urinar com
frequência, apatia, cansaço, são indicadas decocções de sementes de
mostarda branca, gengibre seco, alcaçuz e erva doce.
A antiga dieta do arroz pode ser utilizada em ambos os casos para
eliminar umidade do organismo. Pode-se utilizar arroz integral ou arroz
moti (grão curto de formato arredondado).
Nessa dieta consome-se apenas arroz preparado com pouco sal e
temperos naturais como salsa, alho poró, etc. Porém, necessita ser
preparado para cada refeição não devendo ser guardado e reaproveitado.
Para acompanhar as refeições, usa-se apenas chá (chá verde, chá de
jasmim, ou algum chá aromático que tenha preferência). A dieta do arroz
deve ser feita de dois a três dias, podendo ser repetida a cada 15 dias
(enquanto persistirem as evidências de umidade endógena).
A medicina chinesa dá muita importância ao bom funcionamento do
sistema digestivo, pois na sua visão, a umidade é produzida quando o
baço e estômago estão sofrendo alterações devido à alimentação
desregrada. A umidade é produzida no sistema digestivo, porém acumula-se
nos pulmões e seios paranasais.
Esse artigo serve apenas como uma breve referência e não deve ser
utilizado como uma fonte de autotratamento. O tratamento deve ser
prescrito por um profissional capacitado. O período de utilização de
determinados alimentos e fitoterápicos irá depender das condições
individuais de cada pessoa.
Fonte: https://www.epochtimes.com.br/