O uso das ventosas data de mais de cinco mil anos; civilizações egípcias, africanas, chinesas e indígenas já utilizavam a Ventosaterapia como uma forma de tratar praticamente todas as doenças. A variedade de Ventosas existente hoje em dia se deu em função dos recursos que cada uma destas civilizações possuía em sua vida diária: os índios desenvolveram a técnica utilizando chifre de animais, os chineses usavam bambus e, mais tarde, vindos da Europa, surgiram os primeiros copos de vidro. Atualmente, as ventosas mais utilizadas são feitas de plástico e são acopladas no corpo através da fixação de uma “bomba” de pressão que esvazia o ar de dentro dos copos após sua colocação sobre a pele nos pontos desejados. Nas outras ventosas é utilizado o fogo, que cria uma pressão negativa no interior do copo que permite que ele fica preso à pele.
A teoria do uso das ventosas se baseia na ação de sucção que ela provoca quando em contato com a pele: o vácuo formado puxa pele e músculos para dentro do copo, causando uma congestão local que estimula a circulação sanguínea na superfície do corpo. Este aumento do aporte sanguíneo favorece a nutrição de músculos, dissolvendo tensões e aplacando dores musculares e articulares. Além disso, a ventosaterapia atua diretamente na desintoxicação do sangue, melhorando sua qualidade assim como a qualidade do próprio Qi do organismo; o uso de ventosas atua diretamente no interior do corpo, estimulando o próprio metabolismo a separar as toxicinas presentes no sangue e os resíduos metabólicos do sangue puro e de boa qualidade.
A Ventosaterapia pode ser realizada de várias formas e modalidades diferentes. As ventosas podem ser posicionadas diretamente em pontos dolorosos do corpo, como por exemplo durante o tratamento de lombalgias ou cervicalgias. Podem ser posicionadas diretamente sobre os pontos de acupuntura localizados principalmente nas costas – os chamados pontos Shu dorsais, que se relacionam diretamente com os órgãos do corpo – aumentando a perfusão sanguínea nos referidos órgaõs e a qualidade de funcionamento dos mesmos em geral. Podem, também, ser utilizadas como instrumentos para a massagem de determinadas partes do corpo; para tal, utiliza-se cremes viscosos que permitem o deslizamento dos copos após sua aplicação, o que gera sensação de alívio bastante grande logo após o atendimento. Em crianças as ventosas podem agir estimulando o desenvolvimento do sistema nervoso central, quando aplicadas e removidas logo em seguida em pontos localizados ao longo da coluna vertebral. Em determinados diagnósticos as ventosas também podem ser utilizadas como instrumentos para provocar a sangria de determinados pontos; nesta técnica deixa-se a ventosa agir durante alguns minutos, até provocar vermelhidão no local, para logo depois de retiradas a zona ser estimulada com uma agulha especial (Agulha Sete Estrelas) que irá causar um pequeno sangramento que será intensificado após nova aplicação dos copos sob a área desejada. A aplicação da Ventosaterapia será determinada a partir do estabelecimento de um diagnóstico específico para cada caso.
Após a aplicação das ventosas, a pele do corpo – que, segundo a Medicina Tradicional Chinesa, se relaciona diretamente com o sistema imunológico – se encontra livre de resíduos, o que aumenta sua capacidade microcirculatória periférica e a captação de oxigênio, o que ajuda o organismo a combater porríveis agentes patogênicos externos, que provocam doenças. Este fenômeno ocorre em função da criação da pressão negativa (o que faz com que o copo fique preso à pele), que atua na dilatação no diâmetro das arteríolas e veias em índices de 200 a 250% vezes o diâmetro inicial antes da aplicação das mesmas. Esta dilatação favorece a difusão de oxigênio nos capilares sanguíneos, que será distribuído pelo corpo através do bombeamento cardíaco. Desta forma, fica clara a ação benéfica da Ventosaterapia especialmente nos quadros patológicos que envolvem distúrbios circulatórios.
Após a utilização das ventosas observa-se uma reação pigmentar na pele que, para muitas pessoas, pode ser bastante assustadora e amedrontadora, apesar da dor não estar presente durante o atendimento. Manchas avermelhadas ou arroxeadas que surgem no local onde o copo foi aplicado se devem as dilatações capilares e vasculares que ocorrem, extravasando os fluidos dos tecidos localizados mais profundamente no corpo para sua superfície. A reação pigmentar significa que o corpo está eliminando os resíduos metabólicos, toxinas e outras substãncias desfuncionais das profundezas do corpo em direção à superfície.
Segundo algumas correntes da Ventosaterapia, estas manchas arroxeadas ou vermelhas são, inclusive, utilizadas como método diagnóstico auxiliar acerca da condição do paciente. Se as manchas forem muito escuras, podem indicar existência de doenças crônicas no interior do organismo, o que demandará um tratamento mais longo e demorado. Se a cor for mais avermelhada do que roxa, é indicativo de doença mais simples e aguda, indicando restabelecimento mais rápido. Já se a cor for bastante clara, revela pouca circulação sanguínea periférica, o que necessitará de tratamento adequado. Em alguns pacientes com doenças internas mais graves (como cânceres e tumores), é bastante comum de as manchas serem mais claras ou até mesmo inexistentes; isso revela que todo o sangue e energia do corpo se encontra no interior, combatendo a doença.
O tempo de permanência das ventosas sobre a superfície da pele varia de acordo com os objetivos do tratamento e também em função das características inidividuais. Nos atendimentos desenvolvidos na China costuma-se utilizar as ventosas localizadas nos pontos Shu dorsais por 5 minutos após a retirada das agulhas como método preventivo em relação a doenças e como estimulação do sistema imunológico. Em crianças as ventosas são aplicadas e retiradas logo em seguida. Nas pessoas idosas ou com pouca saúde o tempo de aplicação nunca deve ser excedido e deve ser de, no máximo, 3 minutos. Quando utilizadas como método de tratamento principal (em pessoas que, por exemplo, não toleram agulhas), as ventosas devem ser retiradas após um período de tempo de 20 a 25 minutos, nunca excedendo os 30 minutos.
O uso combinado da Ventosaterapia e Moxibustão facilita desintoxicação do organismo, além de produzir uma sensação agradável de calor que relaxa ainda mais a musculatura. Para tal, basta aplicar Moxibustão após o uso das ventosas nas manchas obtidas com a reação pigmentar, o que irá otimizar o efeito terapêutico do tratamento.
A Ventosaterapia obtém resultados bastante satisfatórios em quadros como Hipertensão Arterial e problemas circulatórios em geral, distúrbios menstruais, Lombalgia, Ciatalgia e Cervicalgia, além de tosse, gripes e resfriados comuns.
Fonte: http://tinyurl.com/4eetz7a