Prática multidisciplinar praticada por qualquer profissional da
área de saúde, o tratamento através do uso da acupuntura pode ser
empregado desde a mais tenra idade, incluindo bebês, para tratar uma
série de enfermidades. “São diversas patologias. Por exemplo, já atendi
crianças com amidalite, diarreia, indisposição gástrica, rinite,
sinusite e otite com sucesso”, conta André Kopke, fisioterapeuta,
acupunturista e diretor acadêmico do Instituto Universalis.
De acordo
com o especialista, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lista 67
benefícios cientificamente comprovados para a prática advinda da
medicina tradicional chinesa, que remete os males do corpo à má
distribuição da energia vital desde o nascimento.
“No consultório, nós
compreendemos que esse número é muito maior, o que falta é pesquisa para
que se obtenham mais comprovações científicas”, acrescenta. Para ele, a
falta de circulação de maiores informações restringe a prática, para o
grande público, à imagem de um paciente cheio de agulhas no corpo. “Os
pais ficam ‘Ai, vão colocar agulha no meu filho?!’. Algumas crianças até
permitem o tratamento com agulha, outras já não conseguem. Não é a
nossa intenção estressar a criança”, explica.
O especialista ressalta
que a técnica deve ser feita preferencialmente com as agulhas, mas que é
possível substituí-las pelo uso de sementes colocadas na orelha do
paciente (técnica conhecida como auriculoterapia) ou utilizando lasers
para estimular os pontos de acupuntura. Kopke acrescenta que o Shiatsu
(massagem que usa a pressão dos dedos nos pontos) também pode ser usado
para reestabelecer o equilíbrio.
“A acupuntura mesmo é feita a partir
dos sete anos, quando já é possível trabalhar meridianos e canais
energéticos, mas antes disso você pode fazer também, sem problema
nenhum”, explica. Ele salienta a inexistência de contraindicações e que
os menores podem ter os pontos estimulados através de massagem.
“Eu
tinha um trabalho em uma escola municipal em Valença, no interior do Rio
de Janeiro, com crianças com necessidades especiais e nós conseguimos
grandes resultados. A maioria aceitava a utilização da agulha e
alcançamos ótimos resultados no combate à asma, distúrbios do sono,
irritabilidade, ansiedade e stress”, lembra. Kopke, que também é
vice-presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas
Ocupacionais da Bahia (SINFITO-BA), enfatiza que o método pode ser tanto
indicado pelo médico pediatra quanto procurado pelos pais da criança
sem uma prescrição médica. “Às vezes as pessoas acham que precisam
buscar um médico antes do acupunturista, mas pela legislação, pela
legalidade, isso não é necessário”, adverte. Ele recorda que em 2012, os
médicos tentaram tornar a acupuntura uma pratica exclusivamente da
profissão, através do Ato médico - contudo a lei a acabou vetada pela
presidente Dilma Rousseff.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br