Exame da língua
Há mais de 5.000 anos, os chineses usam
um sistema de medicina com base no fluxo e no equilíbrio das energias
positivas e negativas do corpo humano. Neste sistema, uma das medidas utilizadas
para classificar o estado físico geral do corpo é a aparência da língua
- uma forma de diagnóstico conhecida como Zheng.
Agora, pesquisadores da Universidade de
Missouri (EUA) desenvolveram um programa de computador que combina as
práticas das medicinas antiga e moderna, automatizando a análise de
imagens da língua. "A classificação zheng pode servir como
uma ferramenta de pré-triagem e ajudar na medicina preventiva", disse
Dong Xu, coordenador da pesquisa.
Ponte entre a medicina oriental e medicina ocidental
"Nosso software ajuda a estabelecer uma
ponte entre a medicina oriental e a medicina ocidental, uma vez que um
desequilíbrio no zheng pode servir de alerta para que se procure um
médico. Nesse próximo um ano, nosso objetivo
final é criar um aplicativo para smartphones que irá permitir que alguém
tire uma foto de sua língua e saiba instantaneamente o status do seu
zheng," diz o pesquisador.
O software analisa as imagens com base na
cor e no revestimento da língua, distinguindo línguas apresentando
sinais de zheng "quente" ou "frio". Tons de vermelho e amarelo estão
associadas com zheng quente, enquanto uma camada branca sobre a língua é
um sinal de zheng frio.
Zheng quente e zheng frio
"Zheng quente e frio não se referem
diretamente à temperatura do corpo", explica o pesquisador. "Pelo
contrário, refere-se a um conjunto de sintomas associados com o estado
do corpo como um todo." Por exemplo, uma pessoa com zheng frio
pode sentir calafrios e friagem nos membros e apresentar palidez no
rosto. Sua voz pode ter um tom mais agudo. Essas pessoas geralmente
preferem alimentos e bebidas quentes, e gostam de ambientes quentes.
Na medicina tradicional chinesa, extremos
quentes ou frios de Zheng podem ser sintomas de gastrite, uma
inflamação do revestimento do estômago frequentemente causada por
infecção bacteriana.
Fonte: www.diariodasaude.com.br
