"Meu segundo bebê,
Martim, nasceu em agosto, quase um mês antes da data prevista. Apesar
de ter dado à luz de uma forma natural e rápida, posso dizer que também
sofri bastante no parto, devido a uma infecção urinária que me causou
muita dor durante as contrações. Mas o pequeno nasceu bem, mamou logo
após sua chegada e, mesmo sendo muito magrinho, não precisou ficar na
incubadora. Tivemos alta logo depois, e enquanto eu me recuperava do
parto ele mamava bem e gradualmente ganhava peso. Eu nunca tive muito
leite, hoje eu sei disso, e percebo retroativamente que meu primeiro
filho deve ter passado fome, pois ele chorava muito, até que aos quatro
meses meu leite secou completamente.
Aos 25 dias, o Martim apresentou um desconforto intenso quando ficava
deitado e logo depois começou a vomitar tudo o que mamava. O pediatra
tomou medidas de tratamento antirrefluxo, sem nenhum efeito. O quadro
foi piorando a cada dia, ele vomitava muito, até que suas fraldas
começaram a ficar secas, sem coco e quase nada de xixi. Ele começava a
apresentar sinais de desidratação.
O diagnóstico
Desesperados, eu e meu marido corremos ao pronto socorro infantil,
onde decidiram interná-lo para descobrir o que ele tinha. Ficou na
unidade semi-intensiva por uma semana, tomando soro, mas ainda mamando
no peito.
Como eu não podia dormir lá, todos os dias eu ordenhava meu leite na
bomba. Tudo era muito estranho para mim, sem contar o medo, o desespero e
o cansaço extremo. Naqueles dias eu tinha a sensação que ia
enlouquecer, estava completamente fora de mim. Não conseguia desligar,
dormir ou pensar em qualquer outra coisa.
Os dias passavam e não descobriam nada, o diagnóstico demorou a
aparecer pelo fato do bebê ser prematuro. No último dia que tirei meu
leite, saiu apenas 25 ml. Quase nada, fiquei ainda mais nervosa, pois
achei que meu leite iria secar logo. E todos os médicos pediam que eu
descansasse e me alimentasse bem para que isso não acontecesse, mas era
impossível para mim. Após uma semana resolveram operá-lo, e só então
descobriram que ele nasceu com uma doença congênita chamada "estenose
hipertrofia do piloro". Um espessamento da musculatura da passagem do
estômago para o intestino. Ou seja, os alimentos chegavam ao estômago e
voltavam. A cirurgia foi bem rápida e ele se recuperou muito bem. Após
dois dias de jejum Martim recomeçou a mamar no copinho. Eu fiquei uns
três dias sem amamentá-lo.
Acupuntura ajuda no aleitamento materno
Quando voltamos para casa, estávamos muito felizes, mas eu estava
estragada, com sequelas de tanto estresse. Não sentia meu leite descer,
então além do peito, comecei a oferecer mamadeira após cada mamada. E
Martim mamava tudo! No começo fiquei bem triste por constatar que ele
realmente não se satisfazia só com o peito.
Comecei então a me tratar, passei a tomar muitos complementos,
fitoterápicos e vitaminas, além de fazer alimentação específica, beber
litros e litros de chás e sucos, fazer visualizações, etc. Eu só pensava
em ter leite! Até que encontrei uma amiga e, falando sobre o assunto,
ela me contou que também passou por um período de estresse enquanto
amamentava e resolveu fazer acupuntura. Ela disse que a acupunturista a
equilibrou e então seu leite começou a "jorrar".
Então lá fui eu na tal acupunturista. As agulhas são colocadas no
corpo inteiro, da cabeça aos pés. Pelo que entendi, não há um ponto
específico no corpo que estimule a produção de leite. Mas o que a
acupuntura faz é equilibrar meus meridianos, o leite vem como
consequência do processo. Ainda durante a sessão, comecei a sentir o
peito encher, aquela dorzinha boa, que dá vontade de sair correndo para
encontrar o seu bebê. Fiz três sessões apenas. Na primeira doeu um
pouco. Na verdade, eu não costumo sentir dor na acupuntura, mas na
ocasião eu estava muito sensível e emotiva, cheguei a chorar nas
sessões. Mas agora estou bem melhor, me sinto mais relaxada, fazendo
manutenção a cada 15 dias.
""A acupuntura auxilia no tratamento no quadro de tensão emocional.
Trata o sistema nervoso central, ligado às glândulas endócrinas, que
segregam os hormônios e os lançam diretamente na corrente sanguínea.
Esse processo é responsável por produzir prolactina, favorecendo o
crescimento da glândula mamária e, consequentemente, o aleitamento"".
Alessandro Ribeiro Peixoto, acupunturista.
Estou muito feliz por estar amamentando meu bebê, afinal ele está
prestes a completar três meses e engordou mais do que o esperado desde
então. Ainda complemento a alimentação dele com a mamadeira, pois ele
estava muito faminto, "querendo tirar o atraso", como disse o pediatra.
Mas acreditamos que em breve poderemos ficar só no peito.
Posso dizer que tudo ajudou. Ainda continuo com todos os suplementos,
mas a acupuntura realmente fez toda diferença. Seus efeitos foram
rápidos e muito consistentes. Entendi que para amamentar temos que estar
equilibradas, pois é algo que, além da vontade, depende de muitos
fatores: nutricionais, hormonais e, principalmente, emocionais."
Fonte: http://www.personare.com.br/equipe-personare-1