quinta-feira, 22 de julho de 2010

Melhorando a qualidade de vida de idosos com Acupuntura

Aposentadoria, repouso, tempo de sobra e muito lazer. Infelizmente, a melhor idade não é época apenas de descanso. Nessa fase, o envelhecimento do corpo acaba pregando algumas peças e, mais do que nunca, é hora de se cuidar. A acupuntura, técnica oriental conhecida pela aplicação de agulhas em alguns pontos específicos do corpo, pode ser usada como tratamento de diversas doenças que atingem os idosos. “Na terceira idade, a acupuntura pode ser uma grande aliada da saúde e da qualidade de vida, pois ativa o funcionamento dos órgãos, de acordo com o biorritmo de cada indivíduo”, explica a fisioterapeuta acupunturista Magali Sefrian, diretora de ensino do Grupo CBES – Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos.

Os distúrbios mais comuns tratados pela acupuntura são de origem cardio-respiratória, neurológica ou reumato-ortopédica. Contra as doenças cardio-respiratórias - como arteriosclerose, hipertensão arterial, pressão sanguínea irregular e patologias pulmonares -, a acupuntura aumenta o fluxo e a absorção do oxigênio no organismo, prevenindo até mesmo enfisema pulmonar e controlando a dor.

Já as doenças reumato-ortopédicas, muito comuns entre os idosos, causam incapacidade de locomoção, restrições articulares e permanência prolongada em leitos. “Nesses casos, a acupuntura age nas células ósseas, aumentando a deposição de cálcio, gerando maior rigidez e proteção aos impactos externos, causados por quedas”, descreve a dra. Magali Sefrian. “Além disso, a aceleração do metabolismo movimenta substâncias importantes para a nutrição dos tendões, músculos e lubrificação de articulações”.

Grandes inimigas dos idosos são, também, as doenças neurológicas, como perda de memória, Acidente Vascular Cerebral, Mal de Alzheimer ou de Parkinson. Contra esses problemas, a acupuntura pode ter resultados bastante satisfatórios, com aumento do fluxo sangüíneo na região e estimulação nas áreas de coordenação motora e de fala. No caso do Mal de Parkinson, a técnica retarda a progressão da doença e diminui os sintomas, principalmente os tremores característicos da doença.

Outro problema comum na terceira idade é o sentimento de exclusão que o idoso passa a ter em relação à sua família e à sociedade, além de muitas vezes necessitarem da ajuda de outras pessoas para realizar as tarefas diárias. “Isso tudo acarreta em um quadro intenso de estresse e ansiedade, debilitando ainda mais seu organismo enfraquecido. A acupuntura vem beneficiar a diminuição desse estresse, melhorando o metabolismo e aumentando a sensação de bem-estar”, salienta a acupunturista.

Além de tantos benefícios, o tratamento pode prevenir diabetes, mobilizar a glicose no organismo, equilibrar hormônios, facilitar a eliminação de substâncias tóxicas e potencializar a ação de medicamentos que o paciente esteja tomando, alopáticos ou homeopáticos.

Quando realizada por um profissional qualificado e especializado na técnica, a acupuntura pode ser praticada em pacientes de todas as idades e condições físicas. “As contra-indicações são pouco freqüentes e fáceis de contornar por um profissional apto”, frisa. As observações mais comuns devem ser feitas a respeito da falta ou excesso de alimentação, fadiga severa ou medo das agulhas. Nesse último caso, o acupunturista deve propor outras técnicas de tratamento, como a ventosaterapia ou eletroacupuntura, até que o paciente se sinta confortável e seguro em receber a aplicação das agulhas. “O bom acupunturista será capaz de fazer uma avaliação física do paciente e proceder com o tratamento da melhor forma possível”.