Cada vez mais
lutadores recorrem à acupuntura para acelerar recuperação de lesões e evitar
períodos de inatividade
Uma
agulhada aqui, outra ali, e as dores se vão quase que por completo. Com o
intuito de prevenir e até curar em tempo recorde lesões causadas pela
agressividade e explosão física dos combates, cada vez mais lutadores de MMA
recorrem a técnicas alternativas de cura e harmonização da energia corporal.
Nesse campo, a acupuntura surge como arma contra os longos períodos de
inatividade e parceira de quem precisa se digladiar num octógono.
Criada há mais de três mil anos antes de Cristo, a
acupuntura é uma vertente da medicina oriental e tem acelerado a reabilitação
de pancadas, lesões e pós-cirúrgicos, como garante o fisioterapeuta Leandro
Simões Chaves, de 34 anos.
"Quando o atleta sofre pancada, gera hematoma, uma
estagnação de sangue e energia no local. Daí então, aplicamos agulhas que fazem
circular esse acúmulo. Em uma só sessão, a dor pode melhorar em até 80%",
afirma o fisioterapeuta.
Segundo adeptos, o máximo de tempo gasto com recuperação
de lesões com a acupuntura é de 10 dias, dependendo da gravidade da mesma.
Atenta, a Team Nogueira utiliza o tratamento em atletas entre 60 e 70kg e vê
resultados.
"O objetivo é reduzir o tempo de lesões, dar mais
disposição e evitar a fadiga muscular", acrescenta Leandro, formado em
fisioterapia há 10 anos e acupunturista há sete. Desde janeiro, ele trabalha no
camp de Minotauro e Minotouro.
Sheymon Moraes, 21, tem cartel de 70 lutas no muay thai,
com 56 vitórias, e ressalta a importância do treinamento para o relaxamento
muscular.
"Contribui muito na recuperação de lesão, no
descanso, relaxa e tira o estresse. Estava sentindo dor chata nas costas após o
treino de wrestling e a acupuntura me reabilitou em um tratamento",
analisou.
Amiga, irmã e mãe de muitos atletas da Team Nogueira, Ana
Maria Índia, 33, é uma das precursoras do MMA feminino no País e sofre com duas
operações de joelho.
"Quando meu joelho está doendo, o Leandro vem, mexe
e a dor para. É milagroso. Tenho os joelhos operados no ligamento cruzado
anterior e sofro com a cirurgia mal feita do lado direito. Se não fosse a
acupuntura, estava perdida", frisa Índia, ex-participante do reality 'No
Limite'.
Machões com medinho de alfinetadas
Cobrar coragem de um lutador de MMA pode parecer
ridículo. Mas muitos reconhecem que o medo das agulhas assusta mais que encarar
um rival com sangue nos olhos dentro de um octógono. Outros, porém, não
demonstram fraqueza e até gostam da sensação.
Sheymon Moraes estreou nas artes marciais mistas em março
e já acumula duas vitórias em dois combates. Com extenso cartel vitorioso no
muay thai, ele garante que trocar socos e chutes é bem mais agradável do que
levar agulhadas.
"Não tenho medo de agulha, mas.... (risos). Encarar
um atleta no ringue é bem mais fácil...(risos)", diz o garoto, desajeitado
e envergonhado.
Mulher guerreira, Ana maria Índia dá de ombros ao choro
dos marmanjos e mostra que é baiana arretada e não foge da agulha.
"Que medo de agulha, o quê. Esses homens não estão
com nada. A agulha nem faz cócegas", brincou.
Recuperação em tempo recorde
Três, quatro vezes por semana; uma ou mais horas por
sessão. O esforço para recuperar atletas na semana que antecede um evento é
árduo, para o fisioterapeuta e para o lutador. Mas, na maioria dos casos, o
resultado é satisfatório. A pugilista Duda Yankovich é um caso de que vale a
pena acreditar nos poderes da medicina oriental.
Sérvia radicada no Brasil, Duda procurou o fisioterapeuta
Leandro Simões uma semana antes de um torneio, reclamando de contratura
muscular na coluna. Em duas sessões, ela pôde competir pelo cinturão da
Organização Mundial de Boxe.
"A proposta é tratar semanalmente um atleta que
sofre lesões diárias e dar equilíbrio emocional. Porém, o tratamento rápido é
eficiente e a Duda, por exemplo, ficou apta", conta Leandro, que trabalha
na recuperação de cirurgia no joelho de Rogério Minotouro.
Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/