Pesquisadores do
Instituto Médico da Universidade Charité, na Alemanha, debruçaram-se
sobre mais de 100 estudos sobre acupuntura para produzir mapas do
cérebro de pacientes que receberam aplicações de agulhas em 18
diferentes pontos do corpo. As imagens em vermelho correspondem às
regiões cerebrais estimuladas durante a prática. Os pontos em azul
mostram partes do órgão que foram desativadas pela prática. Os
resultados mostram que o estímulo provocado pela acupuntura age sobre
uma ampla rede, responsável não apenas pelo sistema sensorial somático
(aquele que dá a percepção do mundo pelo tato e temperatura), mas também
afetivo e cognitivo. Um artigo descrevendo o trabalho foi publicado no periódico científico especializado PloSOne.
Muitas pesquisas já foram realizadas para avaliar o impacto da
acupuntura no corpo humano, mas ainda não se sabe exatamente os
mecanismos que fazem com que o paciente se sinta bem. O efeito placebo é
considerado por muitos especialistas, embora animais também respondam
aos estímulos da terapia, o que abre a porta para outras questões:
roedores ou cães poderiam estar sendo alvos do ‘placebo ativo' - com
ação própria, mas não específica para a doença em questão - ou estariam,
como humanos, reagindo exclusivamente ao toque ou aos cuidados? Seja
como for, há efeito, admitem estudiosos. E seria interessante saber
detalhadamente como isso funciona no corpo.
Neutralizando a dor. Em 2010, uma equipe de
Rochester, nos EUA, demonstrou que os efeitos da acupuntura poderiam ser
triplicados em ratos com o uso de medicamentos analgésicos. As agulhas
chegariam aos tecidos mais profundos da pele atuando sobre o sistema
nervoso periférico, fazendo uma molécula - adenosina - enviar os sinais
necessários ao cérebro para a liberação da endorfina, uma substância
química responsável pelo ‘prazer'. Outro estudo conduzido na
Universidade de York, na Inglaterra, mostrou que a acupuntura é capaz de
atuar sobre estruturas neurais específicas que desativam as regiões
associadas à dor, sustentando a mesma ideia de que os seus efeitos são
potencialmente (e sobretudo) analgésicos.
Fonte:www.estadao.com.br