sábado, 21 de abril de 2012

Quando os sentimentos são as causas das doenças

Os exames não indicam nenhuma causa orgânica, mas os sintomas estão lá. E por mais que o médico tente combatê-los, eles retornam, principalmente em situações de tensão. Sim, emoções como estresse, tristeza, decepção e frustração podem se converter em enxaquecas, gastrite, doenças de pele e em casos mais grave até mesmo servir de gatilho para doenças autoimunes. É o que os médicos chamam de somatização.

O estresse é considerado o principal causador das doenças emocionais. Uma situação de tensão ou risco produz no organismo uma série de reações: o corpo libera adrenalina, aumenta a glicose e concentra energia nos músculos e órgãos vitais, como cérebro e coração. A respiração se acelera para oxigenar os pulmões, a frequência cardíaca aumenta, a pupila dilata. Tudo isso para que possamos reagir rapidamente. Embora seja um processo natural, a defesa constante do organismo pode ocasionar problemas. Isso significa que as angústias produzidas diariamente pelo fim do prazo para entregar um trabalho, os problemas de relacionamento em casa ou o trânsito que não flui acabam tendo impacto na saúde.

Com a estimulação constante para o enfrentamento, o corpo produz grandes quantidades de cortisol, que circula no sistema nervoso e afeta o sistema imunológico. O cortisol, hormônio produzido pela glândula supra-renal, é capaz de destruir células de defesa do organismo e com isso deixar as pessoas mais propensas a doenças e infecções. “Cada pessoa tem um ponto fraco, o que chamamos de órgão alvo. Para alguns, o estresse emocional ataca o sistema gástrico, e por isso ao sofrer uma situação de tensão a pessoa acaba tendo diarreia ou dor de estômago. Outras pessoas apresentam dor de cabeça, mas essa dor não tem origem neurológica, é puramente tensional. Há casos até em que a pessoa desenvolve dificuldade para respirar que pode chegar a asma”, ex­­­plica o psiquiatra Eduardo Aratangy, do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Nesses casos, mais do que tratar o sintoma, é preciso buscar a causa. “Muitas vezes os exames desses pacientes não acusam nada de errado, por isso é importante que a equipe médica trabalhe unida, o clínico tem que saber quando encaminhar esse paciente para terapia”, diz a psicóloga clínica Marcia Regina dos Santos. Ela ressalta, entretanto, que assim como a somatização é um processo lento, seu tratamento também é. “A terapia vai trabalhar o comportamento da pessoa e por isso exige dedicação”, afirma.

Perfil

Embora não exista um padrão entre os pacientes que somatizam, sabe-se que a personalidade podem influenciar no surgimento de doenças. Pessoas pouco flexíveis, que se frustram com facilidade e se cobram demais tendem a ter mais problemas. “Estudos mostram que os latinos costumam ter maior propensão à somatização, talvez pela maneira como expressam e lidam com seus sentimentos”, afirma Aratangy. Da mesma forma, acredita-se que as mulheres também sejam mais suscetíveis.

Sabe-se também que algumas doenças como lupus, artrite, fibromialgia e vitiligo têm relação com as emoções. “Sabemos que pacientes com lupus ou artrite frequentemente apresentam também depressão, mas o que não sabemos ao certo ainda é o que é causa e o que é consequência, ou seja, se a depressão levou a uma dessas doenças autoimunes ou se a ocorrência dessas doenças é que acabou deixando o paciente deprimido”, afirma.
A Busca do Equilíbrio entre o Corpo e a Mente 
Em conjunto com a psicoterapia, algumas práticas como acupuntura e homeopatia também podem ajudar a tratar quem sofre com a somatização. “A homeopatia trabalha o equilíbrio do organismo como um todo, tratando não apenas os sintomas, mas buscando a causa, e por isso ajuda a melhorar desordens psíquicas como angústia, depressão e medo que muitas vezes se transformam em queixas físicas”, afirma o presidente da Associação Médica Homeopática do Paraná, Jaime Simões.

A medicina tradicional chinesa também não diferencia a saúde emocional da física e vê na acupuntura uma das formas de buscar equilíbrio do organismo. “Não se faz a relação de causa e efeito. A medicina chinesa vê o indivíduo como um todo, se há alguma desarmonia isso se reflete em todo o organismo”, explica o psicólogo e acupunturista Márcio Busato. Para a prática, as emoções têm repercussões principalmente em cinco órgãos: coração, fígado, rins, baço/pâncreas e pulmão, que por sua vez estão relacionados com elementos da natureza. Cada órgão corresponde a uma emoção e o desequilíbrio dessa emoção pode afetar o funcionamento do órgão. “Os chineses acreditam por exemplo que a gastrite é ocasionada por um desequilíbrio do elemento madeira, que está relacionado com o fígado e teria ligação com emoções como agressividade e irritação. O excesso do elemento no organismo teria repercussões no estômago”, explica. Para tratar esses desequilíbrios, a acupuntura trabalha pontos específicos do corpo, procurando restaurar a harmonia do organismo.


Fonte: http://tinyurl.com/26t85k6

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Acupuntura é eficiente no combate ao vício em cigarro

Método aumenta liberação de endorfinas no sistema nervoso e inibe o desejo de fumar.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de tabaco é a principal causa de morte evitável e mata mais de cinco milhões de pessoas no mundo. Diante desta estatística alarmante, cabe às autoridades e órgãos de saúde, não apenas deixar a população a par desses dados, como também informar e disponibilizar métodos e tratamentos eficazes contra o tabagismo. Um dos métodos, que deveria ser mais disseminado, é a acupuntura, que tem se revelado uma eficiente combatente da dependência química.

Há mais de cinco mil anos, os chineses utilizam a terapia como meio para a cura e tratamento de diversos males. O método consiste em encontrar a harmonia do corpo e da mente através de canais conhecidos como "meridianos chineses de energia", que percorrem todo o corpo. O tratamento é feito através da inserção de finíssimas agulhas em determinados pontos dos canais, que são chamados de "pontos da acupuntura". A estimulação desses pontos permite o aumento ou a diminuição da energia que circula ao longo desse meridiano.

No caso do tabagismo, a acupuntura age aumentando a liberação de endorfinas e encefalinas no sistema nervoso central e atua excitando a via neural da recompensa (nigrostriatal). Com isso, ela inibe a excitação dos receptores para a nicotina, presentes em maior quantidade nos tabagistas.

"A acupuntura inibe a excitação dos receptores para a nicotina, presentes em maior quantidade nos tabagistas"

O tratamento do tabagismo com a acupuntura é potencializado com o uso de adesivos e chicletes de nicotina. Dessa forma, o paciente não sentirá tanto a falta da droga, pois ele estará preparando o seu corpo para largar a dependência química pela nicotina ao mesmo tempo em que recebe doses cada vez menores da droga que ele estava habituado.

A dependência química, em especial o tabagismo, não é uma doença fácil de tratar e de se promover a abstinência, seja com acupuntura ou com qualquer outro tratamento. Porém, a abordagem terapêutica que inclui a acupuntura tem se mostrado bastante promissora nesse distúrbio, justamente por apresentar muito menos efeitos colaterais oriundos do tratamento e menos recaída.

No entanto, vale ressaltar que o paciente precisa querer parar de fumar, pois a dependência química envolve também, em algum grau, a dependência emocional e psicológica da droga. Até os alimentos podem servir como "muletas" emocionais e provocarem aumento de peso, e caso isso não seja identificado, uma cirurgia bariátrica (de redução de estomago) pode a médio ou longo prazo perder o seu objetivo e o paciente voltar a ser obeso, por isso muitos estudiosos vem comparando a dependência química com a obesidade.

Em relação aos resultados, costumo fazer um cálculo subjetivo e empírico, que associa um mês de tratamento para cada ano de dependência, realizando duas sessões por semana quando o fumante é heavy-smoker (fumante pesado - de um a dois maços de cigarro por dia - tragando ou não tragando). Mais do que isso o tratamento precisa ser dia sim, dia não, até completar um mês.

É aconselhado ao paciente tratar-se duas vezes por semana durante um mês a título de preparação orgânica, para a marcação da data em que ele vai parar de fumar de fato. Após essa data, passamos a duas ou três vezes por semana com a acupuntura. Se houver recaída da dependência nesse período, não haverá recriminação, nem culpa, apenas marcaremos nova data para a parada e continuaremos com o tratamento duas vezes por semana.

Durante muito tempo a acupuntura foi vista com desconfiança por pacientes e médicos adeptos da medicina ocidental. Hoje em dia a situação é bem diferente. Cada vez mais pessoas procuram a acupuntura para tratar os mais variados problemas. E os médicos, antes receosos, hoje indicam o método como complemento no tratamento de diversas doenças.

O sucesso no tratamento depende de vários fatores, entre eles a escolha de um profissional bem treinado e que esteja apto a praticar a acupuntura, geralmente associado a uma instituição de referência.

Fonte: http://www.acupunturista.net/

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"Ajudo a Dilma a buscar o equilíbrio" - Dr. Gu Hanghu

Acupunturista explica por que se tornou o preferido dos políticos e diz como ele trabalha para atenuar os efeitos do estresse sobre a presidente da República

AGULHAS SUPERPODEROSAS
Gu atende a presidente Dilma pelo menos duas vezes por semana

O sotaque é carregado e algumas palavras do português ainda não lhe são familiares, embora viva no Brasil desde 1987. Mesmo assim, o médico chinês e acupunturista Gu Hanghu conquistou espaço e tornou-se o especialista favorito de políticos que sofrem com dores e estresse. A lista de pacientes poderosos é encabeçada pela presidente Dilma Rousseff, atendida duas vezes por semana pelo chinês sorridente que costuma tomar cuidado com o que fala para não parecer invasivo. A presidente e alguns de seus ministros como Guido Mantega (Fazenda) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) chegaram ao consultório do dr. Gu depois de testemunharem o êxito do tratamento do médico contra a crônica bursite do ex-presidente Lula. Suas agulhas livraram Lula de uma cirurgia no ombro. Agora, Gu trabalha para atenuar os efeitos do estresse e da pressão do dia a dia sobre a saúde de Dilma Rousseff. Em abril, quando visitou a China, a presidente incluiu o acupunturista na comitiva oficial e se submetia às sessões do dr. Gu quase todos os dias para recuperar a energia.

ISTOÉ entrevistou o médico chinês no consultório onde ele atende integrantes do alto escalão do governo e da política. Móveis simples de madeira e duas salas pequenas com macas cobertas por lençóis finos brancos compõem a decoração do ambiente sem luxo. O destaque fica por conta de paredes tomadas por fotografias de autoridades sorridentes. A maioria delas ao lado do presidente Lula, com registros de peladas, festas juninas e até de um bolo oferecido no Palácio da Alvorada por dona Marisa no dia do aniversário do médico. Orgulhoso da galeria que montou, o acupunturista também aponta para sua foto preferida com a presidente Dilma Rousseff. “Essa foi na festa da posse. Dilma escreveu: Gu, viva as agulhas!”, diz o médico, apontando para o autógrafo de sua mais ilustre paciente.

"Conversava muito com o Lula, e ainda converso até hoje, mesmo depois que ele voltou para São Bernardo. Viramos amigos e nossas famílias se aproximaram"

"Com a Dilma eu não falo de política nem dou opinião sobre assuntos que não sejam o foco do meu trabalho. Meu papel é tratar de suas dores"

Istoé - O sr. tornou-se o médico preferido dos políticos em Brasília. Como isso aconteceu?
Dr. Gu Hanghu - Eu atendia o Mercadante (Aloizio, hoje ministro da Ciência e Tecnologia). Ele era meu paciente em 2003 quando o presidente Lula tomou posse. Na época, comentei com ele que eu tinha visto o Lula na posse com dificuldades de mexer o braço. Avisei que poderia ajudá-lo. Comentei também com alguns amigos e outros pacientes que aquilo era bursite e a medicina chinesa poderia evitar a cirurgia. Passaram o recado ao presidente e um mês depois ele me procurou para começar o tratamento. O Lula começou a acreditar na acupuntura. A partir da terceira sessão, quando as dores diminuíram, ele voltou a fazer movimentos com mais tranquilidade. A cura do então presidente foi uma prova do sucesso do tratamento de acupuntura e fez com que muitos políticos começassem a me procurar.

Istoé - Seu consultório é frequentado por políticos de diversas colorações partidárias?
Dr. Gu Hanghu - Há muitos petistas entre meus pacientes. Mas há clientes de outros partidos também. Tenho, por exemplo, como pacientes o senador Álvaro Dias, do PSDB, o presidente do Senado, José Sarney, e o vice-presidente da República, Michel Temer, ambos do PMDB. Não sou filiado, mas particularmente gosto do PT e das pessoas do partido. Tem gente como o Lula, a presidente Dilma, o Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência). O Lula virou um grande amigo e ultrapassamos a relação médico-paciente.

Istoé - Como o sr. reagiu ao receber a notícia sobre a doença do ex-presidente Lula?
Dr. Gu Hanghu - Levei um susto, é claro. Acho que o ex-presidente estava cansado. Lula trabalhou muito tempo sem parar. Forçou demais a voz e a própria saúde. Pela manhã do sábado 29 de outubro, quando os médicos deram o diagnóstico, o Gilberto Carvalho me ligou para contar que eles tinham encontrado um câncer na laringe. Uma hora depois vi a notícia na televisão e fiquei muito preocupado. O problema é que, quando uma pessoa vive sob pressão, essas doenças aparecem uma hora ou outra. Por isso, é tão importante buscar o equilíbrio.

Istoé - A acupuntura pode ajudar no tratamento do ex-presidente?
Dr. Gu Hanghu - Somente depois do fim desse tratamento quimioterápico, que foi iniciado agora. A acupuntura não cura câncer. As sessões podem ajudar numa fase posterior. Elas ajudam a amenizar os efeitos colaterais e a reequilibrar o corpo e as energias. Agora não há o que ser feito além do que os médicos prescreveram. Pelo menos, não por mim. Mas acredito que a personalidade do Lula e os avanços da medicina vão deixá-lo bem muito em breve.

Istoé - O sr. atendia o ex-presidente e agora se tornou o acupunturista oficial da sua sucessora no Palácio do Planalto. Qual é a principal diferença entre Lula e Dilma Rousseff?
Dr. Gu Hanghu - Eu conversava muito com Lula e ainda converso até hoje, mesmo depois que ele voltou a viver em São Bernardo do Campo. Viramos amigos, nossas famílias se aproximaram, frequentei as festas e o Palácio da Alvorada. Com a presidente Dilma a relação é um pouco diferente. Mas também conversamos. Ela é muito educada.

Istoé - E as conversas com a presidente Dilma são parecidas com as que o sr. mantinha com o presidente Lula?
Dr. Gu Hanghu - Minha intenção é descobrir como posso ajudá-la a se sentir melhor. Com a Dilma eu não falo de política, não dou opiniões e não faço muitas perguntas sobre assuntos que não sejam o foco do meu trabalho. Meu papel é tratar de suas dores e ajudá-la a buscar o equilíbrio. Não preciso conversar. Meu trabalho é a acupuntura. O da presidente é a política brasileira. Não misturamos as coisas e nunca falamos mais do que o necessário.

Istoé - O sr. acha que essa discrição é determinante para mantê-lo como o acupunturista favorito dos presidentes?
Dr. Gu Hanghu - Pode ser. Mas médico não tem mesmo de sair falando com o paciente. O momento da sessão é para buscar a cura, para melhorar as energias. Decididamente essa não é a hora adequada para sair opinando sobre as coisas. Muito menos sobre política. Acho que a presidente Dilma gosta que façamos essa diferenciação. Ela me trata com carinho. Vou ao Palácio da Alvorada atendê-la uma ou duas vezes por semana.

Istoé - E como está a saúde da presidente Dilma Rousseff?
Dr. Gu Hanghu - Boa. Mas ela fica muito cansada com a rotina que tem. A presidente Dilma é trabalhadora e está sempre com muita coisa na cabeça. Costumo ajudá-la a recuperar a energia do corpo e da mente. Comecei a atendê-la em 2006, quando ela ainda era ministra. Na época, ela vinha ao consultório, geralmente, com dor nas costas. É um problema comum hoje em dia. A acupuntura ajuda nesse tratamento e acredito que é por isso que os pacientes permanecem comigo. Inclusive ela.

Istoé - A presidente Dilma está curada do câncer?
Dr. Gu Hanghu - Dilma está bem. Mas é claro que precisa manter uma rotina de cuidados. A manutenção e acompanhamento são muito importantes para qualquer um que tenha tido a mesma doença. Mas essa não é minha área de atuação.

Istoé - O fato de a presidente Dilma ter voltado de suas recentes viagens internacionais com gripe, a ponto de remarcar a agenda por falta de disposição, seria um sinal de estresse?
Dr. Gu Hanghu - Não cuido de remédios e medicações. Posso falar da minha área. Minha avaliação é de que qualquer pessoa submetida a uma viagem cansativa e corrida pode acabar se gripando. A presidente não é diferente de ninguém. Precisa se cuidar como qualquer um. Fui com a comitiva presidencial dela para a China, uma das viagens mais longas que ela fez desde que assumiu o cargo. Lá, eu atendia a presidente depois dos compromissos e deu para ver que é tudo muito cansativo. Acho que a ajudei a repor as energias e enfrentar a agenda.

Istoé - Qual é a doença mais comum entre os políticos?
Dr. Gu Hanghu - Acho que é a cabeça cheia de problemas. Eles levam muito tempo para resolver coisas e vivem em clima de tensão quase permanente. Eu os ajudo porque a acupuntura auxilia no combate a essas dores do estresse e do cansaço. Minha missão é tentar equilibrar o corpo e a energia das pessoas, sejam autoridades ou não. Quando atendo políticos influentes ou ministros, minha meta é ajudá-los na busca do equilíbrio para que possam tomar decisões corretas. É nisso que penso.

Istoé - Sua experiência levou à conclusão de que os políticos adoecem mais do que gente comum?
Dr. Gu Hanghu - Na verdade, mostra que eles adoecem como qualquer outra pessoa que trabalha demais e vive preocupada com o que tem a resolver. A cabeça manda em tudo na nossa vida. Manda na saúde também. Quem vive preocupado e sob forte tensão sofre baixa na imunidade e as doenças aparecem. A vida sob pressão não faz bem para a saúde de ninguém. Qualquer pessoa pode sofrer disso (câncer). Basta manter uma rotina de estresse por muito tempo.

Istoé - Quanto o sr. cobra pelas consultas que dá ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff?
Dr. Gu Hanghu - Eles até querem pagar pelo meu trabalho. Mas não aceito. Digo sempre que me interesso em mantê-los saudáveis para que decidam e façam o melhor para o País. Sei que a presidente Dilma, se estiver com a saúde boa, vai poder trabalhar melhor. Digo que se ela trabalhar melhor todos ganham. Por isso, não cobro pelas sessões. Quando me chamam para atendê-la no Palácio, vou no meu próprio carro, levo meu material e trabalho com o maior prazer. Faço assim por Dilma porque acho que, de alguma forma, estou ajudando o País. A mesma justificativa me levava a atender o Lula de graça, quando ele era presidente. Agora faço isso porque tenho um carinho e admiração enormes por ele. Lula é realmente um grande amigo.

Istoé - Então o sr. cobrava da Dilma quando ela era ministra?
Dr. Gu Hanghu - Sim, o mesmo preço que fazia para os demais pacientes comuns. Minha consulta custa R$ 150 a sessão.

Istoé - Alguma vez o sr. usou o acesso que tem às autoridades para pedir ajuda?
Dr. Gu Hanghu - Olha, vou dizer que já falei sobre um sonho que tenho. Fico meio sem jeito, mas como brigo muito pela regulamentação da acupuntura no Brasil, sempre que tenho oportunidade falo com eles sobre isso. Acho que o Brasil precisa de uma lei tratando desse assunto. O ideal não é exigir o registro no conselho de medicina e muito menos liberar qualquer pessoa para virar acupunturista. O Brasil precisa encontrar um meio termo. A acupuntura deve fazer parte da medicina e é preciso haver critérios para controlar quem está apto a exercer a profissão. Esse é meu sonho.

Fonte: http://www.istoe.com.br

terça-feira, 10 de abril de 2012

Medicina Chinesa: a Sabedoria do bem estar

Bem estar, saúde, longevidade e felicidade são eternos objetivos que buscamos conquistar em nossas vidas. São temas que vendem revistas, que chamam a atenção em programas televisivos e que, graças a este interesse, são constantemente revisitados em pesquisas acadêmicas. Nunca se buscou tanto ser feliz e saudável, ao mesmo tempo em que o ser humano nunca pareceu estar tão longe destes estados.

No mundo atual, a grande preocupação de todas as pessoas têm sido a segurança e estabilidade financeira. Evidentemente que esta também deve ser uma meta de todos nós, mas quando a preocupação com perdas e ganhos materiais começa a prejudicar a saúde, devemos nos questionar quais são nossas verdadeiras prioridades e como, de fato, queremos viver a vida. Há um ditado chinês que diz: “pessoas que usam suas vidas para ganhar dinheiro até os 40 anos terão de trocar seu dinheiro por suas vidas após os 40 anos”. Será que queremos nos encaixar nesta máxima?

Existe um tipo bastante comum de paciente nos consultórios de Acupuntura e de Medicina Chinesa; são pessoas que não se sentem bem, apresentam queixas e sintomas físicos e emocionais que os levaram a buscar tratamentos convencionais, sem que o sucesso houvesse sido encontrado nos diagnósticos possíveis e tratamentos prescritos. Em resumo, são pessoas que, apesar de não possuírem nenhuma “doença” específica, tampouco se sentem saudáveis. Na grande maioria das vezes, após a adoção de prescrições alimentares, tratamento com agulhas, moxibustão ou ervas, práticas como o Qi Gong e a meditação, estes mesmos pacientes relatam sentir-se melhor, com diminuição significativa dos sintomas que antes tanto os incomodavam.

Este tipo de paciente representa um grande desafio aos profissionais de medicina tradicional ocidental, pois não se encaixam nem na categoria de “doentes”, mas também são podem ser considerados “saudáveis”. O mais correto seria dizer que estas pessoas vivem em um estado de “sub-saúde”, categoria esta que não encontra ressonância no sistema básico de saúde, quase que exclusivamente centrado em consertar problemas – ou, no caso, curar doenças. Um risco muito grande que existe, nestes casos, é o fato de que estes pacientes encontram alívio temporário dos sintomas através do uso de medicações halopáticas paliativas (como estabilizadores de humor ou analgésicos, por exemplo), acarretando a possibilidade de desenvolverem, eventualmente, até mesmo dependência física ou psicológica destas substâcias.

Do ponto de vista dos hospitais terem se transformado em grandes “centros de reparação de estragos”, e da concepção da saúde como o estado de ausência de doenças, qual o lugar que existe atualmente para questões referentes à “simples” sensação de bem-estar, verdadeira saúde, longevidade e felicidade?

O Huangdi Neijing (Clássico do Imperador Amarelo), uma das principais obras da Medicina Tradicional Chinesa, traz logo no início a seguinte pergunta, feita pelo Imperador Amarelo, ao sábio Qibo, seu conselheiro: “Me disseram que os antigos chegavam a viver mais de 100 anos e seus corpos e movimentos pareciam não envelhecer. Hoje em dia as pessoas mal passam dos 50 anos e se tornam fracos e se movimentam com dificuldade. Isto acontece porque o mundo mudou ou porque as pessoas não sabem mais como conservar suas vidas?”. A resposta recebida pelo Imperador Amarelo ainda é válida nos dias de hoje; Qibo respondeu-lhe: “Os antigos que praticavam o Dao, sabiam como se adaptar às leis de Yin e Yang e seguiam os caminhos para nutrir suas vidas. Eles comiam moderadamente, dormiam regularmente e evitavam o trabalho excessivo e também os excessos na vida sexual. Desta forma, seus corpos e espíritos floresciam. Eles viviam os anos que lhes eram concedidos pelos céus e morriam depois de 100 anos de idade”.

Oras, nem o Céu e nem a Terra em que nossos antepassados viviam mudaram: ainda temos quatro estações no ano, o sol ainda nasce e se põe todos os dias, a lua nasce, cresce, mingua e desaparece, e por aí vai. Mas os homens mudaram. Nossos hábitos e estilo de vida mudaram radicalmente: nossos desejos por determinados alimentos (e a grande oferta dos industrializados), pelo sexo, nossas vestimentas, casas e automóveis vem se tornando cada vez mais fortes e importantes. Nos afastamos cada vez mais dos seres humanos que éramos no passado, e que viviam em conformidade com a natureza e suas necessidades e possibilidades. Alteramos nosso funcionamento, e o resultado disso é o estresse do corpo, da mente e do espírito. Vivemos em desequilibrio. Se fôssemos capazes de viver de acordo com as leis de Yin e Yang e seguíssimos o caminho de nutrir nossas vidas, como pregou Qibo há mais de 2 mil anos, talvez voltássemos a viver tanto quanto nossos antepassados viviam. E mais do que quantidade de vida, teríamos maior qualidade de vida.

A Medicina Tradicional Chinesa possui duas características principais que permitem que esteja mais próxima de uma prática médica cujo foco é o bem-estar, e não a ausência de doenças. A primeira delas é o princípio de Holismo, em que o todo e a parte se misturam o tempo todo. Da mesma forma que existe o universo, existe o corpo humano. Da mesma forma que existem as galáxias, existem os sistemas do corpo. Da mesma forma que existem os sistemas solares, existem os órgãos do corpo. E da mesma forma que existem os planetas, que formam os sistemas solares, existem as células que formas estes órgãos. E assim como existem todas as formas de vida no planeta Terra, existem todas as estruturas dentro das células. E assim se segue, em um processo infinito de parte e todo; o ser humano é apenas uma forma de vida de um pequeno planeta de um dos sistemas solares de uma das inúmeras galáxias que existem no universo, mas ao mesmo tempo é senhor do seu universo, seu corpo, e de todos os sistemas que existem neste universo.

Entretanto, da mesma forma que o Universo é bem mais do que a simples soma de galáxias e sistemas solares e planetas e formas de vida, o ser humano é muito mais do que a soma de células. Existem leis que regem estes todos, e o ser humano está sujeito, como parte do Universo, a todas as leis que regem o Universo. A Física vem tentando desvendar e aplicar algumas destas leis, e algumas já são nossas velhas conhecidas: a lei da gravidade, da inércia, da ação e reação são apenas as mais conhecidas delas. O Homem, como parte do Universo, está sujeito a estas mesmas leis, e uma delas, em específico, está intimamente relacionada com os processos de adoecimento e de perda de qualidade de vida na ótica médica chinesa: a lei da ação e reação; afinal, poucas são as doenças que nos acometem sem que tenhamos um comportamento que foi fundamental no desencadeamento do adoecimento. A contaminação por vírus, ou bactérias, as grandes epidemias que matam centenas de milhares de pessoas poderiam ser caracterizadas como doenças que invadem o nosso corpo sem que tenhamos feito alguma coisa para que colhamos este estado doentio como consequência de nossos atos. Mas até mesmo nestes casos, o que justifica que determinadas pessoas entrem em contato com vírus ou demais agentes patogênicos externos e não adoeçam, enquanto outras caem mortas em pouquíssimo tempo?

Este questionamento nos leva a segunda característica fundamental da Medicina Tradicional Chinesa, que é o princípio da Diferenciação de Síndromes. As Síndromes são muito mais do que doenças. De acordo com o dicionário, as síndromes são o conjunto agregado de sinais e sintomas que permitem a determinação de uma condição específica; síndrome não é doença, e sim uma condição médica. A Medicina Chinesa se utiliza da diferenciação de síndromes para compreender as tendências que determinada pessoa apresenta, sendo a síndrome compreendida como um estado de desarmonia que propicia que determinadas patologias se desenvolvam. De acordo com dados específicos colhidos durante o interrogatório diagnóstico e observados pelo médico no momento da consulta, pode-se prever qual a tendência de adoecimento de determinada pessoa, quais são os seus sistemas mais frágeis e, diante desta compreensão, pode-se atuar na prevenção de estados patológicos mais graves que podem se estabelecer no futuro. Em outras palavras, pode-se reequilibrar o sistema antes que ele se apresente falhando por completo.

Estas características permitem que uma inifidade de pacientes que não se sentem bem mas, tampouco, estejam especificamente doentes, encontrem acolhimento nos consultórios de profissionais que enxergam os processos de saúde e doença de acordo com esta ótica holística e integrativa. O diagnóstico é feito levando em consideração sinais e sintomas nem sempre relacionados com a queixa específica trazida pelo paciente (afinal, qual seria, intuitivamente, a relação entre constipação intestinal e pele seca com a ansiedade?). O profissional não terá como objetivo a remoção de um sintoma específico, e sim o reestabelecimento do equilíbrio perdido que levou ao surgimento deste sintoma.

Para isso, existe uma infinidade de ferramentas que poderão ser utilizadas. A Acupuntura, a Moxibustão, o uso de Ervas, a Meditação e o Qi Gong, exercícios de visualização, utilização de cores específicas no tratamento de determinados casos, exercícios físicos e prescrições alimentares e a mudança de simples hábitos de vida são apenas alguns exemplos do que pode ser empregado na busca de uma maior harmonia do sistema.

Felizmente, a abertura da China para o ocidente das últimas décadas vem permitindo que suas ferramentas médicas sejam devidamente testadas e comprovadas cientificamente pela comunidade médica ocidental. Recentemente, uma pesquisa comprovou que a prática da meditação causa alteração mensurável em zonas cerebrais específicas relacionadas à empatia, atenção e percepção de si mesmo (leia mais aqui). Estes estudos conferem legitibilidade científica à técnicas que, até pouco tempo atrás, eram consideradas “alternativas” e que, agora, vêm ocupando o posto de “complementares”.

De um modo ou de outro, a Medicina Tradicional Chinesa é uma ótima ferramenta para aqueles que buscam uma maior qualidade de vida, bem estar, equilíbrio e harmonia. Para se beneficiar dela não é preciso que apresente uma doença em específico, que o sofrimento tenha dominado completamente a sua vida, ou que demais tratamentos considerados tradicionais tenham falhado: basta que se tenha perdido a incrível capacidade de sentir-se bem dentro de seu próprio corpo, de sua própria vida – de seu próprio Universo.

E você, como anda se sentindo em relação a si mesmo?

Fonte: http://www.acupunturaemoxa.com.br/

terça-feira, 3 de abril de 2012

Acupuntura facial é estética e faz bem à pele do rosto

Cientificamente comprovada, a acupuntura é uma terapia já reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como método eficaz para tratar mais de 40 tipos de doenças. Uma novidade é que, agora, ela também surge como solução eficiente para fins estéticos, atenuando marcas de expressão e cuidando da saúde da pele.

Por meio das agulhas finíssimas utilizadas na acupuntura estética facial - diferentes daquelas usadas na versão corporal - já é possível tonificar os músculos do rosto, conquistar uma pele saudável - livre de acne - e sem rugas. Isso porque, além do considerado efeito lifiting natural, o método indolor proporciona sensação de extremo relaxamento, o que combate sintomas do estresse e ansiedade, assim como seus desdobramentos no organismo, segundo informa a psicóloga e acupunturista Rosangela Achilles de Andrade.

Tudo começou quando a mundialmente conhecida técnica milenar chinesa teve sua eficácia comprovada na diminuição de problemas de pele de origem hormonal, como a incidência de acne. "A oleosidade da pele também pode ser resultado de uma vida estressante, um dos problemas combatidos pela acupuntura", explica Rosangela. Por isso, não é errado dizer que a acupuntura estética trata os sintomas emocionais e suas consequências à beleza.

Quem pode fazer

Indicadas a todos os tipos pacientes de todas as idades - de adolescentes a idosos - as consultas duram em média 1h30, com um custo que pode variar entre R$ 80 e R$ 100, na grande São Paulo. O procedimento deve ser realizado de acordo com um pré-diagnóstico de cada paciente, feito pelo próprio especialista, no caso o acupunturista.

Para obter um resultado satisfatório, Rosangela explica que são necessárias até dez sessões, realizadas duas vezes por semana, dependendo do histórico do paciente. Já a manutenção deve ser feita, no mínimo, a cada 15 dias. A acupunturista afirma ainda que não existe contraindicação ao procedimento. "Após a sessão, o paciente está livre para voltar às atividades normalmente", afirma.

Fonte: www.cetn.com.br