sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Acupuntura em crianças é segura, mostram estudos

Revisão de pesquisas confirma a segurança do tratamento na infância e revela baixíssima incidência de efeitos colaterais

Você já pensou em tratar algum problema do seu filho com acupuntura? Uma nova revisão de 37 estudos feita pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica Pediatrics, mostra que a acupuntura pediátrica é, sim, muito segura.

De acordo com o acupunturista Stefan Friedrichsdorf, diretor do Centro de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital da Criança, em Minnesota, e um dos coordenadores da pesquisa, a incidência de efeitos adversos é baixa. E os principais problemas descritos são hematomas e dormência no local da aplicação da agulha.

O método milenar de origem chinesa é baseado em um mapa de pontos do corpo humano, estimulados pelas agulhas a produzir e liberar substâncias que atuam no sistema nervoso central. Nos Estados Unidos, mais de 150 mil crianças são tratadas com acupuntura, incluindo bebês, segundo o relatório de Estatísticas de Saúde Nacional, divulgado no ano passado. E os principais problemas são enxaqueca, cólicas e respiratórios. "Quando você começa a fazer acupuntura em uma criança, também começa a construir uma relação de confiança. É um processo longo, que, geralmente, tem muito sucesso", diz a acupunturista Nancy Park, de Nova York, que tem um paciente de apenas 2 anos.

Aqui no Brasil, a acupuntura com agulhas é mais comum a partir de 7 anos. Os bebês e crianças menores são muito inquietos, o que pode atrapalhar na hora de colocá-las nos pontos corretos. "Para essas, podemos usar materiais específicos, como roletes, carretilhas, laser e até o estímulo dos pontos com a ponta dos dedos para fazer a pressão necessária e conseguir o efeito desejado sem assustar a criança com a agulha", diz o acupunturista Evaldo Martins Leite, presidente da Associação Brasileira de Acupuntura.

O mais importante, no entanto, é escolher um bom profissional. Para isso, verifique se ele é filiado a entidades e sindicatos do setor, peça referências, procure o nome dele na internet e converse com outros pacientes. Preste atenção se ele acalma seu filho e o envolve em todo o processo. Sanar todas as dúvidas da criança - quando ela for mais velha - e reforçar os benefícios são ótimas dicas. E não se esqueça de que a acupuntura pode ser uma aliada em outros tratamentos, como a alopatia e a fisioterapia, por exemplo. "Eles não são excludentes e trabalham muito bem juntos", completa Evaldo. E a saúde do seu filho é o que mais importa, não é mesmo? Vale lembrar, no entanto, que antes de decidir pela acupuntura, você deve conversar com o pediatra do seu filho.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com