terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Acupuntura na infância: da prevenção ao tratamento de doenças

A técnica de medicina chinesa pode ser usada desde o nascimento e não tem contra-indicações. Cólicas, otites e resfriados são alguns dos males que podem ser tratados com agulhas e massagens

Você sabia que a acupuntura também pode ser uma forma de tratamento de doenças para as crianças ? A diferença é que nelas, até os 7 anos, não é aconselhável o uso de agulhas. Isso porque, como explica o acupunturista César Galvão, da Sociedade de Medicina Chinesa e Acupuntura Tradicional do Brasil, os bebês e crianças menores são muito inquietos. "O que pode atrapalhar na hora de colocar as agulhas nos pontos corretos", diz. A saída, então, é a massagem (nos mesmos locais onde seriam inseridas as agulhas) mas não apenas com as mãos. "É fundamental que o acupunturista use instrumentos de massagem, como carretilhas, por exemplo", afirma o médico-acupunturista Evaldo Leite, presidente da Associação Brasileira de Acupuntura (ABA).

Entre os problemas que podem ser tratados com a técnica de medicina chinesa estão a insônia, as cólicas, a irritabilidade e a otite. Além disso, mais do que atuar em distúrbios que já existem, a acupuntura também pode servir como medida de prevenção, garante Evaldo Leite. "Ela ajuda a fortalecer o sistema imunológico da criança, fazendo com ela fique mais resistente". Segundo ele, a maioria das queixas que chegam até o acupunturista estão ligadas a problemas respiratórios. Um estudo conduzido com 34 crianças que sofriam de asma brônquica, matriculadas no grupo de Acupuntura Infantil do Setor de Medicina Chinesa da Unifesp, comprovou que aquelas que utilizaram a técnicas chinesa, 17 ao total, engordaram e cresceram mais em relação as que tomaram remédios.

Em casos em que apenas a acupuntura não resolve, as infecções são um exemplo, ela pode ser usada mesmo assim, para aliviar as dores. Aliás, a decisão de quando tomar remédios e quando apelar para a medicina chinesa ainda é uma questão delicada, que envolve pediatras, acupunturistas e a própria família. Para Galvão, ainda é muito pequeno o número de pediatras que indicam o uso desse tipo de medicina natural, a maioria deles por desconhecimento dos benefícios."O contrário também acontece: mães que chegam até mim sem ter passado pelo pediatra antes. Posso fazer o diagnóstico, mas peço sempre a confirmação por exames laboratoriais", diz o acupunturista.

Se você ficou interessada, saiba que é possível, sim, que o seu filho faça tratamentos envolvendo tanto a medicina alopática quanto a natural. Para decidir, porém, consulte sempre o pediatra da criança antes. A observação dos pais é o que vai definir, ainda, o tempo que vai durar o tratamento, ou seja, o número de sessões que a criança vai precisar. "Varia muito de caso para caso. Por isso os pais têm de dizer se o filho está ou não melhorando", afirma César. Outra dica é fazer, pelo menos, 4 sessões de acupuntura por ano, uma em cada estação. "Isso ajuda a prevenir doenças ligadas ao clima, como gripes e alergias no inverno", diz o presidente da ABA.

Para escolher o acunputurista, os dois especialistas ouvidos pela CRESCER são unânimes: verifique se ele é filiado a entidades e sindicatos do setor e, principalmente, peça indicações. Como a acupuntura é também uma especialidade médica, a maioria dos planos de saúde já inclui esse tipo de tratamento.

Fonte: revistacrescer.globo.com