A fisioterapeuta paulistana Simone Marques Coltri, 35 anos, é uma dessas mulheres que não levam desaforo para casa. Sem perceber, encontrou uma maneira diferente de tentar disfarçar esse temperamento: escondia-se atrás dos ombros, projetando-os para a frente juntamente com os braços, uma postura típica de alguém acanhado.
As coisas começaram a mudar quando ela conheceu a ginástica holística, um tipo de terapia corporal. "Só percebi o quanto enrolava meus ombros depois de começar a fazer trabalhos corporais específicos", conta.
Nossos medos, dificuldades e ansiedades podem deixar marcas na pele, no coração, em diferentes partes do organismo. Veja algumas associações que o psicólogo Waldemar Magaldi Filho estabelece:
- Problemas de pele e pulmão: dificuldade de relacionamento
- Problemas de fígado e intestino: raiva contida
- Problemas no rim: dificuldade de adaptação a novos espaços
- Problemas no coração e vasos sanguíneos: dificuldade para lidar com a pressão
- Problemas em músculos, ossos e cartilagens: angústia diante dos altos e baixos do cotidiano
- Problemas na tireóide: excesso ou falta de vontade de realizar qualquer atividade
Cada doença, uma sentença:
- Hipertrofia (obesidade e câncer): enfrentamento de adversidades
- Disfunções (problemas gastrintestinais e epilepsia): fuga de situações ameaçadoras
- Inflamações (doenças autoimunes e ação de bactérias e vírus): resignação diante da necessidade de se submeter a algo
- Escleroses (reumatismo e cálculo nos rins): paralisia ante uma imposição da vida
Às vezes, dizemos algo, mas os braços, e os movimentos de sobrancelha ou pés vão no caminho oposto. O médico austríaco Wilhelm Reich seguiu essa linha. Reich notou que o organismo registra a história de cada um e expressa traços de caráter e personalidade por gestos, posturas, silhuetas, tons de voz e até no jeito de vestir.
Por exemplo: a mandíbula tensa pode demonstrar problemas com raiva contida, o pescoço excessivamente rígido, medo do descontrole, o diafragma contraído, ansiedade, e olhos arregalados e vigilantes, medo do contato com o outro.
Na análise reichiana, esses gestos servem como um caminho que ajuda o terapeuta a perceber traumas e emoções de infância que foram esquecidos. "E o sistema neurovegetativo, responsável pelo controle das funções involuntárias do organismo, tem um papel decisivo no tratamento desses conflitos", revela o psicólogo José Henrique Volpi, do Centro Reichiano de Psicologia Corporal. É mais uma vez nosso corpo traduzindo um pouco de quem somos.
Partes específicas do corpo são capazes de representar o organismo por inteiro. É assim com a acupuntura, a reflexologia e a iridologia. Na acupuntura e também na reflexologia, se diz que o corpo vai bem quando o fluxo de energia interna (os meridianos) não encontra obstáculos. Dependendo da região onde a energia se acumula, a pessoa pode sofrer algum tipo de dano - e esse acúmulo tem a ver com a maneira como encaramos o dia-a-dia.
"A energia do rim e da bexiga, que fazem parte do elemento água, tem relação com o sentimento de medo e vai afetar a coluna. Já o coração, referente ao elemento fogo, suscita a ansiedade e pode enrijecer o pescoço e os ombros", diz o médico e professor Jou Eel Jia, presidente da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil. "Os meridianos que passam, por exemplo, pelas orelhas e pelos pés têm correspondência com o corpo inteiro.
Assim, é possível tratar do estômago aplicando agulhas na orelha de uma pessoa", explica.
Já a iridologia é uma técnica que diagnostica as condições gerais de saúde e a presença de doenças com base na análise da íris. A eficácia do método não tem comprovação científica, mas existem inúmeros adeptos. A iridologia tem como referência gráficos que relacionam mais de 80 zonas da íris às demais porções do corpo.
Fonte: http://tinyurl.com/7er4j7z