Cerca de 30 milhões de
brasileiros sofrem de enxaqueca, um tipo de dor de cabeça que costuma
vir acompanhada de intolerância à luz e náuseas. Este tipo de dor de
cabeça pode acontecer em pessoas de qualquer idade, mas costuma
manifestar-se principalmente em adolescentes e adultos jovens e afeta
mais as mulheres do que os homens.
Algumas de suas possíveis causas ainda continuam indefinidas, mas
sabe-se que existem alguns estimulantes que podem desencadear uma crise
de enxaqueca, como estresse, insônia, chocolate, queijos fortes,
embutidos, consumo excessivo de café e de bebidas alcoólicas, excesso de
exercícios, orgasmo, fumo, alterações hormonais, alguns perfumes e o
açúcar.
TRATAMENTO
O tratamento da enxaqueca leva em consideração as características da
dor e a frequência das crises. O objetivo é suprimir os sintomas e
evitar a incidência de novos eventos. Já está comprovado que mudanças no
estilo de vida e evitar os gatilhos que disparam as crises são
procedimentos não farmacológicos indispensáveis para a prevenção da
enxaqueca, mas existem alternativas comprovadas cientificamente que
podem controlar as crises de enxaqueca.
Uma pesquisa científica realizada pelo Departamento de Neurociência
da Universidade de Padua, na Itália, e publicada pela Minerva Medica
Edizioni, uma clássica editora italiana com mais de um século de
existência, realizou um estudo com 100 pacientes que sofriam de
enxaqueca há mais de um ano. Divididos em dois grupos, a pesquisa teve o
objetivo de comparar a eficácia da acupuntura tradicional e o
tratamento farmacológico.
Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 50
pacientes cada. Os doentes pertencentes ao grupo A (acupuntura) foram
submetidos a 20 sessões de acupuntura, enquanto os doentes que
pertenciam ao Grupo V (Valproato) foram submetidos ao tratamento com
ácido valpróico (Depakin Chrono) e Rizatriptan. O índice de Midas (MI)
que mede a severidade da dor de cabeça e o índice da dor presente (PI)
que mede a intensidade da dor,foram registrados antes do tratamento
(T0), em três (T1) e seis (T2) meses. Também foram registrados uma
escala de pontuação da dor em seis pontos, além do acompanhamento da
ingestão de Rizatriptan e outros eventos adversos ou colaterais nos
pacientes.
RESULTADO
Oitenta e dois pacientes completaram o estudo (houve nove
desistências em cada grupo). Em ambos os grupos, o Índice de Midas
melhorou nos períodos de três (T1) e seis (T2) meses em que foi
registrado. A intensidade da dor foi melhor nos primeiros três meses no
grupo controlado farmacologicamente, mas a dor e a escala de pontuação
foram melhores no Grupo A (acupuntura), em comparação à ingestão de
Rizatriptan , após seis meses de tratamento (T2). A taxa de eventos
adversos foi de 47,8% no grupo tratado farmacologicamente e de 0% no
grupo tratado com acupuntura.
A conclusão dos cientistas é de que existe uma menor intensidade da
dor com menor consumo de Rizatriptan em seis meses de tratamento, sem
eventos adversos em pacientes de acupuntura em comparação com aqueles
tratados apenas com ácido valpróico.
Para o Dr. Márcio De Luna, acupunturista e fisioterapeuta há 29
anos, “esta pesquisa é mais uma evidência importante de que a acupuntura
traz resultados significativos para quem sofre de enxaqueca e dores de
cabeção crônicas e até hoje não encontrou uma solução”. Segundo Luna, é
importante que o paciente procure utilizar a acupuntura e outros métodos
da medicina tradicional chinesa como complemento ao tratamento
farmacológico tradicional, não abandonado a consulta a um neurologista.
“Juntas, a medicina tradicional e a medicina chinesa são melhores do que
cada uma separadamente, trazendo mais vantagens e mais saúde
principalmente”, completa.
Fonte: http://www.pautas.incorporativa.com.br/a-mostra-release.php?id=20308