A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é
um sistema completo de tratamento que apareceu pela primeira vez em
forma escrita por volta de 100 anos a.C. Desde então, China, Japão,
Coreia e Vietnam têm desenvolvido suas versões distintas do sistema
chinês original.
A MTC descreve a fisiologia e a
psicologia humanas em termos de qi (ou “chi”), uma energia vital que
circula pelos canais de energia chamados meridianos. A MTC relaciona de
forma única funções mentais e físicas específicas com os meridianos
correspondentes.
O equilíbrio do qi é descrito em termos
de yin e yang, que representam as qualidades opostas da energia. Os
seres humanos são considerados saudáveis quando o qi que circula em cada
meridiano é balanceado de acordo com o yin e yang, em quantidade
suficiente e movendo-se livremente na direção correta.
A acupuntura é uma das principais
modalidades de tratamento da MTC e o mais antigo e comum procedimento
médico no mundo. A acupuntura tem sido usada sozinha ou integrada com a
medicina ocidental para tratar uma variedade de condições psiquiátricas,
tal como a depressão, ansiedade, insônia, dor e dependências. Existe um
vasto leque de literatura médica que embasa o uso da acupuntura.
O qi é um conceito fundamental na MTC. O
qi é uma forma de energia que existe dentro e fora do corpo humano. Por
exemplo, termos comuns descrevem a fisiologia humana, como o qi do
sangue, qi de defesa, qi dos órgãos, qi dos meridianos, qi nutricional, e
aqueles que descrevem a energia patogênica proveniente do exterior,
como o qi do vento, umidade, calor, frio e secura, refletem que o qi é a
energia que existe por trás de todos os aspectos ou funções do ser
humano e do universo que nos rodeia.
Tendo este conceito em mente, o qi
também descreve as funções mentais e as emoções. Na língua chinesa, as
emoções são seguidas da palavra qi, por exemplo, raiva é chamada de “qi
raiva” e alegria é “qi alegria”. Portanto, quando uma intervenção é
realizada com acupuntura ou fitoterapia (medicina de ervas), isso não só
afeta as funções físicas do corpo, mas também as funções mentais e as
emoções.
A qualidade do qi é categorizada em dois
grandes grupos: yin e yang. Yin e yang são energias opostas, mas
interdependentes. O qi yang necessita da nutrição do qi yin para
realizar suas funções e o qi yin necessita da função do qi yang para ser
produzido e utilizado.
Quando o qi yin é deficiente, o qi yang
se tornará excessivo. Isto pode se manifestar em sintomas como ondas de
calor, suores noturnos, ansiedade, inquietude, alta tensão arterial e
obstipação. Quando o qi yang é deficiente, o qi yin torna-se excessivo, e
pode provocar o aumento da sensação de frio, fadiga, diarreia e
metabolismo lento, com retenção de líquidos, baixa tensão arterial e
ação psicomotora lenta.
A depressão grave é uma manifestação
psíquica extrema do excesso de yin e deficiência de yang. A mania é o
oposto, com manifestação extrema do qi yang e deficiência do qi yin. A
transição anormal entre yin e yang extremos é similar ao padrão cíclico
das desordens bipolares. Um tratamento inicial de médicos da MTC é
equilibrar o qi yin e o qi yang.
Devido à natureza inclusiva e
inter-relacionada do sistema de rede dos meridianos na MTC,
correspondências específicas entre cada meridiano e suas funções físicas
e emocionais estão presentes por todo o sistema, tornando-o um
paradigma completo para compreender a saúde física e mental.
As expressões cognitivas e emocionais
são vistas como componentes do qi e cada meridiano é responsável por
funções mentais e emocionais específicas. Por exemplo, a angústia é
expressa pelo meridiano do pulmão e as pessoas que passam por um período
de angústia estão mais susceptíveis a infecções respiratórias do trato
superior.
Enquanto o modelo biomédico pode
explicar essa associação em termos de uma resposta imunológica
fragilizada devido a estresse crônico emocional, a MTC caracterizaria o
problema em termos de estresse emocional causando desequilíbrio do
meridiano do pulmão (que governa a sentimento de angústia), tornando-o
relativamente deficiente de qi.
Em MTC, as emoções e funções mentais não
estão confinadas ao cérebro, mas são vistas como a interação entre o
cérebro e os meridianos. Outra forma de compreender isto é que o cérebro
faz parte de cada meridiano individual. A saúde de cada meridiano afeta
o cérebro, que é chamado de ‘órgão extraordinário’ na MTC.
O Dr. Yang é um psiquiatra e acupunturista licenciado e a quarta geração de médicos tradicionais chineses. Seu website é taoinstitute.com
Fonte: http://www.epochtimes.com.br/a-acupuntura-e-medicina-chinesa-na-saude-mental-part-1/